Henrique Nardi

Foto retirada de: www.maceio40graus.com.br

Na última terça-feira (27/08), eu e Daniele tivemos o prazer de realizar uma entrevista descontraída com Henrique Nardi, grande figura do meio tipográfico brasileiro. Mais detalhes você lê a seguir.


– Então, vamos lá! Estamos aqui com Henrique Nardi. Bom dia, Henrique, tudo bem?
– Bom dia! É um podcast isso aqui?
– É sim! Vai pro blog, olha só!

(risos) 

– Vou falar um pouco do seu background, da sua vida, se eu estiver errado você me corrija, ok?
– Ok.
– Formado em 2001 em Design Gráfico na Universidade Anhembi Morumbi, fez um curso de Tecnologia Gráfica no Senai e logo após emendou um Mestrado em Artes Visuais na UNESP.
Seu interesse pela profissão surgiu a partir do trabalho na gráfica de seus pais, diagramando jornais e panfletos.
Em 2009 se tornou professor do Senac e desde 2011 é Diretor da ADG!
– Tá aí, bem próximo!
– Bem próximo?

(risos)

– O que eu acrescentaria é que virei professor em 2004, se não me engano, foi quando dei aula na Uniban, um período de meio semestre. Então o Tipocracia começou a tomar mais força e eu voltei a dar aulas na Pós. Pela primeira vez em 2007 no Senac, como professor convidado. Saí em 2008 pra cuidar do Tipocracia e em 2009 me chamaram denovo e eu continuei dando aula na pós. Hoje só dou aula na pós.

Tendo tantos compromissos, como você divide o seu tempo entre projetos pessoais, o Tipocracia, a ADG, as aulas no Senac e ainda dar entrevistas? 

(risos)

– Bom, o compromisso das aulas é bastante pontual e existe um acordo que me favorece, pelo seguinte: o Tipocracia teve fases, os primeiros 5 anos, 2003 à 2008, eu viajava muito, ou seja, levava o curso para outras cidades, outros estados, então estava sempre viajando. Teve um ano curioso, 2006, que contando no calendário eu dormi mais noites fora de casa do que em casa, mais de 180 dias eu estava fora, em outras cidades. Eu tinha uma rotina na qual, eu já tinha acabado o mestrado e oferecia cursos pelo País de março à agosto e setembro/outubro eu passava duas à três semanas fora do país visitando museus, conferências, exposições, absorvendo informações novas sobre tipografia para no ano seguinte diluir nos cursos e viajar o país de março à agosto oferecendo o curso. O Tipocracia completou três anos em março de 2006, pra comemorar a data, fiz um tour pelas três capitais do sul do país, então fui em Curitiba, Floripa, Porto Alegre, numa viagem só! Saía de casa, ia pra Curitiba, passava a semana inteira dando cursos e palestras, acabou a semana? Desço pra Floripa, depois Porto Alegre, e volto pra casa. Fico uma semana, troco a mala, lavo roupa e mais três semanas fora. 
Fui fazer um tour que era Salvador, Belo Horizonte e Vitória. Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. Chamava BAMGES. Três semanas! Aí voltava pra trocar a mala e saía. Viajava muito, e acho que isso ajudou muito o Tipocracia se consolidar, as pessoas conheciam muito o projeto pela quantidade de cursos que oferecia. A partir de 2008 fui mudando essa dinâmica e comecei a agenciar amigos que estavam começando a oferecer cursos, então falei com o Eduilson Coan, que criou um curso de FontLab. Então eu comecei a agenciar esse curso, com os contatos que eu tinha organizava o curso aqui em São Paulo, Curitiba, levei pro Rio. 
Teve o Matheus Barbosa de Recife, que criamos um curso chamado “Letra Mão” de caligrafia expressiva. Organizamos um piloto em Fortaleza, trouxe ele pra São Paulo...
Então eu ia agenciando esses cursos enquanto fazia os meus, fui migrando de só fazer cursos e palestras pra começar a desenvolver outras atividades. Comecei a me envolver mais com a organização do Dia Tipo, que é o encontro de um dia de Tipografia. Organizei as edições entre 2008 e 11, 12! Sempre tinha e ainda tem uma no final do ano aqui em São Paulo. E fazia em outras cidades, levei pra Recife, pra Salvador e Brasília, virei um organizador de eventos enquanto oferecia o curso de vez em quando. 
E o Senac, quando me chamaram em 2009, falei: “eu topo participar mas tenho uma condição. Quero dar aula bimestre sim, bimestre não.”
Porque isso me dava possibilidade de fazer essas viagens de duas semanas sem estar preso à aula. Então hoje minha dinâmica com o Senac é essa. Dou aula em Março e Abril, Maio e Junho não. Dou aula Agosto e Setembro, Outubro e Novembro não. Consegui encaixar essa minha participação na academia de modo a não travar o Tipocracia e hoje fico liberado se quiser fazer um curso Fortaleza/Maranhão onde não compensa ir pra Fortaleza e voltar, tenho que aproveitar pra viagem e fazer mais uma cidade ali perto. Eu posso fazer isso, tenho essa opção.
E a participação na Diretoria da ADG foi um convite e eu comecei a participar, nossa diretoria acabou agora, estamos fazendo a transição de gestão... Então eu participei de 2011 até agora, e foram dois anos em que eu dediquei boa parte do meu tempo livre à ADG e não me arrependo. Fiquei muito contente de poder ajudar a estruturar a ADG e desenvolver novas atividades como “Encontro ADG”, retomar a Bienal que estava parada... Por entender que isso é importante. Foi uma escolha que eu fiz nesses últimos dois anos, dedicar parte do meu tempo livre à ADG e seus projetos.

Quando você tem um bloqueio criativo, já pesquisou muito e precisa de um pouco de inspiração, uma ideia, um insight, você faz alguma coisa em particular? Vai pro parque, sai com a família ou amigos... Vai pra casa, se isola e escuta música? Existe um super estúdio secreto tipo uma Batcaverna?

(risos)

– Eu não tenho nenhum recurso que você listou... Em caso de bloqueio criativo: faça isso.
Se eu tenho bloqueio criativo, eu tenho e sofro com isso. (risos)
Eu acho que algo que ajuda muito é o rough, o sketch, você está com bloqueio, começa a rabiscar, desenhar opções, dali sai alguma coisa. Não tem uma situação na qual eu tenha sofrido por bloqueio criativo. Tem bloqueio, tem horas que você fala: Não tá saindo! Você tá tentando fazer algo e não tá saindo. Mas o caminho que eu tomo é o desenho a mão. Fazer umas minhoquinhas, uns rabiscos e explorar essa coisa manual, essa maneira direta de se expressar pra encontrar o caminho.

– Nada de Batcaverna então...
– Não tem.. E se tivesse eu não iria dizer também!
– Verdade!

(risos)

Apesar da regulamentação da profissão, muitas pessoas falam que o importante é portfólio e experiência de mercado, desvalorizando a formação acadêmica. No entanto nós vemos muitos designers saindo despreparados das faculdades, sem consciência, sem saber a importância que tem a profissão, e virando meras ferramentas nas mãos dos clientes. Gostaríamos de saber sua opinião sobre esse assunto.

– Virando meras ferramentas nas mãos dos clientes? Wow, que profético, que terrível!

(risos)

– Hm, essa é uma colocação longa, mas assim... Uma questão é a regulamentação da profissão. É algo importante pra profissão ao passo que vivemos num país de profissões regulamentadas. Então, já que estamos vivendo num país de profissões regulamentadas, que a nossa seja também para que fiquemos em pé de igualdade com as demais, porém a regulamentação não vem para salvar o design. Ela é um recurso de legitimação da profissão, mas o designer não depende da regulamentação para se colocar no mercado. Certamente que o portfólio é importante e a experiência adquirida ao longo do curso, mas a maneira como o designer se relaciona com o mercado tem haver com a postura que ele assume durante seu período de formação e a maneira como ele escolhe se posicionar em relação ao mercado.
No caso da formação, certamente que a formação em design não é perfeita, ela tem problemas. O que eu acho o principal problema, e vocês que estão na graduação podem opinar, eu vi isso na minha e pode ter mudado ou não, vocês me dirão. Pelo menos quando eu estive na graduação e na época que eu tive bastante contato com os estudantes, ainda tenho através do NDesign e tudo mais, é que eu vejo a faculdade dando uma ênfase muito grande no lado do designer criador. O cara que projeta, o criativo, ele tem que criar, que projetar, essa é a principal atuação do designer, mas não é a única, às vezes a faculdade dá uma ênfase total nisso. Ela deixa de colocar que você tem opção e atuar como atendimento, supervisor gráfico, acadêmico, na parte de pesquisa... Existem outras maneiras de você desempenhar a atividade de designer sem ser o cara que está desenvolvendo o projeto de identidade visual, criando o projeto gráfico. É múltipla a área, e às vezes a faculdade te coloca muito essa posição, e isso acaba frustrando alguns alunos. O cara fala: Pô, não é pra mim. Por exemplo, o cara trabalhar como ilustrador, um ilustrador que tenha conhecimentos de design, isso faz diferença. O consultor que vai prestar um serviço de consultoria ou que vai oferecer cursos como eu ofereço, ou entrar para a parte jurídica. Ou seja, você entender o design mas começar a cruzar isso com outras áreas, acho que a faculdade poderia abrir mais o leque e mostrar para o estudante que você tem diferentes maneiras de se envolver com a área, além dessa principal que é a do criador, acho que isso ajudaria.
E, o fato do aluno virar uma ferramenta na mão do cliente é meio forçado, não é pra tanto. Acho que essa é outra coisa que poderia ser mais explorada na faculdade que é você treinar retórica, a argumentação, como você defende um projeto. E muitas vezes o aluno fica com medo, como professor mesmo eu percebo isso. Quando fazemos uma aula na qual o aluno tem que criar um projeto e colocar na parede, mostrar pra turma e a turma opinar, tem aluno que trava. Fala que não vai mostrar o trabalho. Não cara, lógico que você vai, vai botar na parede, vai fazer comentário nos das pessoas, as pessoas farão do seu, e tudo sem levar pro lado pessoal. Isso é tão difícil. E se não for na faculdade que você vai treinar essa retórica você vai apanhar no mercado, ou seja, quando chegar lá você titubear de como defender uma ideia. E o designer tem que ter retórica, tem que ter argumentação pra defender aquilo que ele acredita. Por que? Porque nós estamos justamente num contexto onde o mercado não compreende nossa profissão por completo, então a cada novo cliente que você está oferecendo um serviço muitas vezes você tem que mostrar qual a atuação, o que o designer faz, e quais são as opções que ele tem, e isso é retórica, é argumentação. E muitas vezes o designer não tem isso, ele se trava, não consegue explorar essa habilidade, e vai se encaixar no mercado numa função onde ele não precise fazer isso, vai operar um software, onde ele não precise se relacionar com o público, vai do perfil de cada pessoa. Mas treinar a retórica acho que deveria acontecer mais na faculdade no curso de design.

Você cursou a faculdade, em conjunto com o curso técnico e logo depois partiu para um mestrado. Pensando no estudante que está saindo agora da faculdade, você indicaria este caminho?

– Ah, que pergunta difícil. Tem uma questão aí que é, só para esclarecer, o curso do Senai levava o nome de Curso Superior de Tecnologia Gráfica, ele ainda existe. Apesar desse nome de tecnologia gráfica, quando ele foi criado não existiam os cursos do governo chamados tecnólogos, então esse, apesar do nome tecnologia, o curso é uma graduação de 4 anos. Então, eu fiz uma coisa meio suicida, eu fiz uma graduação de manhã e uma graduação à noite que se sobrepuseram por 3 anos e meio. Isso eu não recomendo porque é muito puxado. A minha inocência foi que eu entrei na Anhembi Morumbi e no meio do ano, eu entrei do Senai à noite. E aí eu peguei e falei assim: “vou fazer um teste, tentar levar às duas durante um semestre” e eu falei “ah foi tranquilo, vou levando”. Eu só não previ que as duas iam acabar juntos, então dois TCCs, um de manhã e um de noite. Foi meio caótico então isso eu não recomendo. 
Quanto a fazer o mestrado direto, para mim foi uma experiência positiva no sentido que eu consegui o quanto antes me familiarizar com essa área de ensino e pesquisa que acontece no mestrado. Só que você também entra um pouco cru, digamos assim, então tem muita coisa que você vai aprender de pesquisa no próprio mestrado. De uma certa maneira, isso é um pouco natural, ou seja, é quando você acaba o mestrado que você fala: “ah, agora eu sei o que é mestrar”, então você aprende no caminho. Vai muito de cada pessoa. Eu não recomendaria falar assim: “não siga, não emendem da graduação pro mestrado porque não é bom”, ou falar: “emendem porque é bom”. Depende de cada aluno. Se a pessoa já tem um perfil mais de pesquisa, eu acredito que seja bastante saudável ela já emendar, porque ela vai se familiarizando o quanto antes com essa área. Lógico, mas se a pessoa tem a vertente maior com a pesquisa, que ela também se insira também no contexto de publicação de artigos, visitar congressos...que ela vá se envolvendo com essa área também. Depende muito de cada um.

Você saiu da graduação com um questionamento sobre o ensino da tipografia e baseado nisso, nasceu o Tipocracia. Qual seria sua dica para quem está querendo criar um projeto na área do design?

– Hm...criar um projeto na área de Design...Você fala um projeto de ensino ou qualquer projeto?

Um projeto qualquer saindo da faculdade, se você passou por alguma dificuldade ou alguma coisa que você sabe que a pessoa vai enfrentar...

– Ah...o caminho para fazer este projeto... Bom, quanto à motivação para criar o projeto, eu acho que ele está muito pautado no aluno. Em você olhar e ver o que está acontecendo, pelo menos nesse caso de ensino, no ensino do design em geral. Então assim, eu já tive uma experiência com o ensino do design que eu tive na Anhembi Morumbi. Eu tive aula de tipografia, o que foi ótimo, porque ela existiu, e ao mesmo tempo eu tive amigos que não tiveram aula de tipografia na faculdade. Só que na mesma época que eu tive tipografia na faculdade, eu já pesquisava esse assunto, eu tinha uma fome maior desse tema. Então eu falei: “poxa, eu quero ir atrás de mais coisas” e foi conhecendo a realidade de outros cursos que eu percebi e falei “poxa, nem todo curso tem um semestre, dois, três, como hoje em dia tem na Anhembi Morumbi e outros cursos, dedicados à tipografia”. Tem cursos de design gráfico que não tem a cadeira de tipografia, então eu olhei isso e falei: “poxa, um projeto de tipografia seria um grande complemento á formação acadêmica de diversos designers e estudantes de design pelo País.” Conhecer essa realidade dos cursos é algo que me ajudou então, isso eu conheci através do N Design, participando dos “N´s” é aquele momento que você vai para uma cidade e você encontra gente de todo o País. Então, você conversa com a galera que está estudando design no nordeste, no norte, no centro-oeste, no sul, num lugar só. Isso me ajudou bastante.
E quanto a colocar o projeto de pé... o que eu posso dar de dica...de recomendação...eu não sei o que eu posso sugerir. O Tipocracia foi bastante foi bastante gradativo, não foi algo que um dia para o outro “pá!” existe o Tipocracia. Uma coisa que eu posso recomendar, através do próprio N é que o N Design é um ótimo espaço, é um ótimo tubo de ensaio. Então, foi no N Design que eu entendi que eu gostaria de oferecer cursos, porque o N abre a opção do estudante oferecer o curso que ele quiser. Abriu o edital de cursos, oferece tua oficina. Oficina de “layout com plantas”, sei lá, qualquer coisa. Você vai lá e faz um teste. Escreve um projeto: “pô eu gostaria muito de estudar, gosto muito do tema proporção áurea ou Tipografia modular. Tá, propõe um curso disso, faz uma pesquisa prévia, estrutura esse curso, ele vai acontecer em um ou dois dias, meio dia e você testa este curso no Ndesign. E ali, foi lá fazendo o primeiro de tipografia que eu falei: “poxa, eu gostei disso” e aí com o curso preparado eu levei ele para outros eventos e aí a coisa foi tomando corpo. Eu acho que vale a pena olhar para os eventos de design, não só para o N, mas para os “R´s” e outros eventos como um espaço incrível para você experimentar, testar um projeto.

Henrique, você e o Márcio são os fundadores do Tipocracia (Estado tipográfico), que é um projeto pedagógico de tipografia, que começou em março de 2003 e tem como objetivo estimular o desenho de tipos, disseminar a tipografia no Brasil, e do Brasil para o exterior. Graças a esse projeto você entrou em contato com pessoas do meio, de várias partes do país, somada à sua experiência com a Bienal de Design Gráfico desse ano, eu pergunto: Como está a tipografia no Brasil?

– A tipografia no Brasil vai bem. Ela tem crescido, ou seja, tem mais pessoas interessadas pelo tema, o interesse é crescente. A área de tipografia no Brasil tem crescido, por exemplo, eu acho que um dado que é bem curioso, tem uma outra atividade que eu faço, que é uma agenda de eventos de Design, chamada Agenda T. Eu listo durante cada mês o que eu encontro o que tá acontecendo de tipografia, design gráfico, artes e coisas culturais pelo País e pelo mundo. Eu anotei agora neste mês de Agosto, se não me engano, uns cinco ou seis cursos de tipografia e caligrafia sendo oferecidos: Andréia Branco, Cláudio Gil, Marina Chaccur...enfim, uma profusão de cursos sendo oferecidos e isso é algo muito rico porque demonstra que tem demanda, tem pessoas querendo aprender isso e há dez anos atrás não era assim. Era raro você encontrar um curso e om a temática de tipografia ou caligrafia sendo oferecida. Isso mostra que a coisa está expandindo. Cada vez mais pessoas fazendo fonte; publicações sendo lançadas, tanto de autores brasileiros quanto de publicações traduzidas; diversas editoras tem títulos em tipografia. Isso tudo são sinais de que a cena tá expandindo e a qualidade dos trabalhos tem aumentado, isso é muito notório. Tem um livro que foi editado pela ADG em 2004, chamado “Fontes digitais brasileiras” foi um chamado que a ADG fez na época, entre 2001 e 2002, para as pessoas que tivessem fontes digitais mandassem pra ADG para participar desse catálogo e ele foi editado pela Priscila Farias e pelo Gustavo Piqueira. Basicamente, tudo que foi mandado entrou no catálogo, então é uma foto que foi tirada de como era a produção tipográfica brasileira dos anos 90 até 2001 e se você olha o catálogo tem um monte de coisa horrível comparado com o que tem hoje. Então, se você fizer este mesmo chamado hoje, ia ter muito mais qualidade. Isso é uma coisa boa. Ainda não é o parâmetro, digamos assim, de outros países que já tem um histórico tipográfico e uma cadeia produtiva bastante definida, mas você tem pessoas cada vez mais migrando de tratar tipografia como hobbie para algo sério, ou atividade profissional principal. Tá no caminho certo, eu acho.

E pra você, qual a importância da tipografia no design?

– A importância da tipografia é total. Falar da importância da tipografia para o design gráfico, a tipografia é o ar do design gráfico, ela é um tijolo, é o elemento mínimo sem o qual você não faz design, ou seja, você não faz design só com cores, você tem que ter letra; você está comunicando algo com design gráfico e a tipografia é o elemento primordial disso. Ou a tipografia ou os elementos de lettering, caligrafia, mas a letra e a representação dela gráfica. Tipografia é essencial. Eu vejo assim, ela é a base para você construir qualquer peça de comunicação em design gráfico. 

Nós vimos que você tem uma biblioteca com livros de Design. Qual deles você achou indispensável à sua formação?

– Para minha formação... eu vou indicar o que a grande maioria indica, que eu saiba, o “Elementos do estilo tipográfico”, do Bringhurst, é um livro que é bastante completo e eu já indicava este livro em inglês. No início do Tipocracia, eu levava e falava: “este livro é muito bom” e quando ele saiu traduzido pelo André Stolarski, para Cosac, foi incrível porque tornou acessível esse livro. Tem uma série de outros, mas se for pensar um que me marcou mais foi o do Bringhurst.

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