Manifesto do Nada na Terra do Nunca


Ontem terminei a leitura da obra supracitada de autoria de João Luiz Woerdenbag Filho, vulgo Lobão.
Devo dizer que apesar de algumas ressalvas políticas ― que não convém comentar ― gostei muito!
Lobão brada um discurso feroz contra a fama e atitude comodista do brasileiro, da imagem de país da festa, bunda e futebol, da apropriação de cultura alheia atribuindo-lhe caráter nacional, do baixíssimo nível de produção musical de nosso pais, das condições da saúde, da educação, da (in)segurança, dentre tantos assuntos que deixarei para o leitor destemido explorar.

No entanto, o que mais me cativou foi a mistura desses temas com outros mais banais ― o que não torna-os menos importantes ―, como sua revolta na adolescência com o que era considerado um comportamento apropriado ou não para um jovem e sua busca pela "normalidade" tentando adaptar-se às normas e gostos impostos pela sociedade (o que felizmente nunca aconteceu, caso contrário não teria o prazer de ler essa obra).

Sem mencionar as bandas que ouvia e tanto influenciaram na sua formação musical ou a fama que ganhou através dos anos dentre os diversos públicos e "celebridades", dos quais atribuíram-lhe alcunhas como: drogado, decadente, matricida, epilético, reacionário, entre tantas outras. Seus projetos, as infinitas críticas e diversas armadilhas, emboscadas, tramoias, as quais foi submetido, sendo destacadas algumas jocosas (como o próprio intitula).

E como último comentário o vocabulário utilizado, palavras de pouca incidência em nosso cotidiano mas que por vezes encaixam-se perfeitamente na descrição das diversas situações, amenizando ou agravando as emoções. E mais curioso, fazendo leitores (eu, por exemplo) reconhecerem uma deficiência vocabular, instigando um desejo de abandonar a mediocridade que nos acorrenta à tão famigerada "zona de conforto".
Guardarei boas lembranças dessa obra (e autor) que provocaram a reencarnação de meu Mini Aurélio, do ano 2000, anterior ao Acordo Ortográfico, que por análise estética está a poucos passos de tornar-se papiro.

E posso afirmar que sinto interesse em dispensar um tempo para ler sua biografia "50 anos a Mil" para saber mais sobre essa figura do nosso cenário musical.
Informações Técnicas
Título: Manifesto do Nada na Terra do Nunca
Autor: Lobão
Editora: Nova Fronteira
Ano: 2013
Edição:
Páginas: 247
Acabamento: Hotmelt
Editora Responsável: Cristiane Costa
Produção: Adriana Torres; Ana Carla Sousa
Produção Editorial: Mônica Surrage
Preparação de Texto: Gabriel Machado
Revisão: Eduardo Carneiro
Pesquisa Bibliográfica: Amanda Braz; Tatiana Rodrigues
Projeto Gráfico e Diagramação: Celina Faria

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Compra de livros do mês de Junho

Neste final de semana, eu e o Felipe aproveitamos para comprar alguns livros, nosso vício.  Passeamos pela livraria e escolhemos alguns títulos, como O príncipe, de Maquiavel; Orgulho e preconceito, da Jane Austen; O grande Gatsby, de F. Scott Fitzgerald e A culpa é das estrelas, de John Green.

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