Tags

O Papel do Design na Sociedade Contemporânea

Design & Sociedade

Design, termo oriundo da língua inglesa, constantemente presente no cotidiano da sociedade, usualmente ligado aos conceitos de inovação e funcionalidade será abordado no presente texto, buscando apresentar as ambiguidades, apropriações e desapropriações de definições abordadas durante diversos acontecimentos históricos, que viriam a mudar as concepções a respeito dessa disciplina. 

Segundo ICSID, Design é uma atividade criativa cuja finalidade é estabelecer as qualidades multifacetadas de objetos, processos, serviços e seus sistemas, compreendendo todo seu ciclo de vida. Portanto, design é o fator central da humanização inovadora de tecnologias e o fator crucial para o intercâmbio econômico e cultural. Em conformidade com essa afirmação, é possível perceber que a primeira visão, do design essencialmente “estético e superficial” se torna simplória frente às múltiplas possibilidades que envolvem o ato de projetar. 

Flusser (2007, p.184) atribui o nascimento do termo design da separação brusca – e desastrosa – entre o mundo das artes e o mundo da técnica e das máquinas, onde ele [o design] torna-se uma espécie de ponte sobre esta brecha que foi instaurada, conectando os dois mundos. E conclui que, por isso design significa aproximadamente aquele lugar em que arte e técnica (e, consequentemente, pensamentos, valorativo e científico) caminham juntas, com pesos equivalentes, tornando possível uma nova forma de cultura. Já Cardoso (2012, p.15) afirma que o design nasceu com o propósito de “pôr ordem na bagunça do mundo industrial”, pois o grande aumento da produção e oferta de bens de consumo – entre os séculos XVIII e XIX – em decorrência do surgimento das indústrias, que possibilitavam a produção em massa, barateando os custos de produção e transporte, tornavam os produtores menos preocupados com a estética e com a qualidade. 

No que cabe à legislação brasileira, temos designado no Art 2º do projeto de lei Nº 1391/2011:
Designer é todo aquele que desempenha atividade especializada de caráter técnico-científico, criativo e artístico para a elaboração de projetos de sistemas e/ou produtos e mensagens visuais passíveis de seriação ou industrialização que estabeleçam uma relação com o ser humano, tanto no aspecto de uso, quanto no aspecto de percepção, de modo a atender necessidades materiais e de informação visual.
 Analisando os fatos apontados, é perceptível a caracterização do profissional da área como um projetista de produtos e serviços, levando em consideração uma série de fatores influenciadores, como: ergonomia – adequação ao ser humano –, usabilidade – facilidade de uso – e estética – percepção que os seres humanos tem da aparência. Além desses estudos, o designer deve estar atento às demandas da sua época, contextualizando a sociedade para achar soluções aos problemas do presente e do futuro. 
O Design ajuda-nos a criar realidades que ainda não existem, mas que são possíveis de existir no futuro. (GUILLERMO, A, 2011, p.94)
O design tem o poder de tornar o futuro mais adequado a sociedade que o viverá através dos projetos de ambientes e objetos inovadores que tornem a vida mais fácil e mais prática. Quanto melhor for o design para o futuro, mais pessoas acreditarão na sua eficiência e estarão dispostas a participar dele. A função do design é criar realidades que ainda não existem, mas que serão possíveis no futuro.

Bibliografia:
CARDOSO, Rafael. Design para um mundo complexo. São Paulo: Cosac Naify, 2012.
FLUSSER, Vilém. O Mundo Codificado. São Paulo: Cosac Naify, 2007. 224 pág.
GUILLERMO, Álvaro. Design, inovação e visão de futuro. In: Belluzo, G. e LEDESMA, M.(orgs). Novas Fronteiras do design gráfico. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2011.

O texto acima foi desenvolvido por Felipe Henrique Marciano e Daniele Alves Gama Santos para o Trabalho de Conclusão de Curso de Design Gráfico no primeiro semestre de 2013.

0 comments: